2008/11/25

Puérpera

Ontem sonhei-me vestida de branco, descalça, passeando numa avenida de casas coloridas. Era a Avenida da República, eu sabia-o, mas em nada se parecia com a Avenida da República. Talvez a largueza das faixas e o desembocar numa praça ruidosa aproximassem a avenida do meu sonho à que atravessa a cidade. O sol estava baixo e a sua luz, tão branca e quente, fazia-me piscar os olhos. Eu andava sem preocupações e sentia-me leve e esguia, quase, quase bonita. Entristeci quando acordei e me confrontei com o meu corpo de pós puérpera, flácido e volumoso e as minhas mamas imensas, gotejando leite nos lençóis de florinhas violeta. E não havia sol.