Todas as famílias
têm segredos. A minha é pródiga em histórias, incertezas, meias
verdades, omissões, em calar a dor. Olho para os meus irmãos. Não vivo longe
deles, sem as vozes dos filhos deles chamando-me tia. Um dia partiremos para
Quelimane. Lá encontraremos o homem que engoliu o mar e, na sombra de uma
árvore frondosa, enroscada numa capulana garrida, a menina que escutava canções
do Roberto Carlos.