2015/03/22

Solidão

Domingo de solidão, tristeza, silêncio. Os miúdos passaram o dia com o pai. Devia ter saído para caminhar um pouco e apanhar sol, mas não fui capaz. Enfiei-me na cama a ler. Estou quase a acabar “A nave dos loucos”, a seguir, já decidi, lerei “A flor azul”, da Penelope Fitzgerald (começou a escrever apenas aos sessenta anos, depois de criar três filhos e cuidar de um marido alcoólico). Li durante muito tempo, sentindo-me cada vez mais só, cada vez mais triste. Acabei por adormecer. Alegrei-me quando os meus filhos voltaram. O Joaquim trazia o joelho esfolado, a Madalena um pacotinho de amêndoas para mim, o João dois amigos para jantar.