2006/11/13

Gomorra

O horror que tenho a tais cuecas já me tem causado chatices na vida. Por exemplo, este fim-de-semana, estava com os miúdos, na fila dos frangos assados na churrasqueira onde os compro desde sempre. Às tantas, a rapariga que vende os frangos, virou-se para voltar o espeto. Foi então que tive a visão de um rabo imenso, enfiado numas calças baratas de cintura descaída. Por cima , vislumbrei o triângulo de umas cuecas fio dental cor de carne, com o rebordo de renda vermelha, muito encardidas e, certamente, malcheirosas. Fiquei agoniada. Virei costas e já não comprei frango nenhum. Fomos comer uma piza para gáudio da prole. Já tive de mudar várias vezes de lugar no comboio para não estar a olhar para um cu agrilhoado num fio dental. Mas o pior é o caso da minha irmã (desculpa lá falar no assunto). Grávida, prestes a rebentar, usa fio dental. Acho obsceno que uma mulher grávida use fio dental, principalmente se essa mulher for minha irmã e futura progenitora do menino dos meus olhos. Temo, juro que temo, pela personalidade do meu sobrinho. Ela não sabe, pobre coitada, mas a relação dela com o filho, pode estar seriamente comprometida pelo uso de tão inestético acessório. Enfim, para abreviar, que o assunto não merece maior delonga: com excepção da minha irmã, acho que as mulheres que usam fio dental haviam de ser todas colocadas no Campo Pequeno, despidinhas, só de tanga enfiada no cu, e, depois, tal qual como aconteceu nas bíblicas cidades de Sodoma e Gomorra, havia de haver alguém que as castigasse forte e feio por tanta depravação e mau gosto.