2006/11/15

Hipólita

Gostava que a Hillary Clinton fosse presidente dos EUA (sê-lo-á?). Gostava que a Ségolène Royal ganhasse em França. Gostava que a Manuela Ferreira Leite fosse primeira-ministra de Portugal. Gostava que a Maria José Nogueira Pinto fosse presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Gostava, muito, que, daqui a uns anos, a Leonor Beleza fosse presidente da República. Assim, de repente - eu sei - parece que sou uma tipa de direita, conservadora e imbecil, como são quase todos os conservadores que conheço. Não sou. Sei lá o que sou. Sou do centro, desse centro indefinido e angustiado, que não se revê em partidos e ideologias, que vagabundeia num limbo partidário. Só nas ditas questões fracturantes estou assumidamente à esquerda. Apoio o casamento e a adopção por casais homossexuais, a liberalização das drogas leves, a despenalização da ivg, o incremento dos direitos dos imigrantes, o fim das touradas, as salas de chuto. Enfim, essas causas todas que a esquerda reclama como suas. Porém, olhando para as mulheres da dita esquerda não descubro uma única que me mereça grande admiração. É triste. Mas é verdade. Desde a laca da Maria de Belém, à demência notória da Odete Santos, ao anti-americanismo primário da Ana Gomes, à arrogância infundada das meninas do bloco, como a Joana Amaral Dias (só se a arrogância lhe vier das mamas, que as tem grandes), à estalinista europeizada Ilda Figueiredo, todas me fazem torcer o nariz. Não gosto delas. Estou à espera de uma Hipólita que, com o coração à esquerda e a razão à direita, tal qual a guerreira amazona, galvanize as mulheres para a tomada do poder e corra com a corja que por lá anda.