2009/04/02

Olé

Escutei este fim-de-semana, na telefonia, a entrevista do grão-mestre. Esmerou-se por defender a sua ordem, atafulhada de princípios e homens livres. Notei-lhe a voz pouco firme, bruxuleante. Pareceu-me que a dentadura lhe sacolejava. Como se tivesse castanholas dentro da boca. Olé. Ele a falar de assuntos sérios e importantes para o futuro da humanidade. Eu a picar cebolas para as pataniscas de bacalhau e a pensar na mulher que lhe papou a amantíssima esposa. Feia, uma dessas lésbicas matulonas e tronchudas, incapaz de usar um rímel, um vestido, um colarzinho de pérolas de água. Apesar de tudo o que se passava, tinha o grão-mestre em grande consideração. Para além da esposa, apreciava-lhe os ideais de liberdade e fraternidade, gabava-lhe a filantropia e o humanismo.