A Judite de Sousa, instada, na semana passada, por um jornal qualquer a se pronunciar sobre os atributos físicos do PM, disse laconicamente que o achava um homem interessante. É o mesmo que dizer que o acha giro. Não a censuro. Também o acho giro. Gosto sobretudo da acidez que tantos lhe criticam. Vai bem com o cabelo grisalho, bem cortado, com os fatinhos janotas, os sapatos irrepreensíveis. Nos debates, quando o vejo a fazer aquele ar enjoado, baixando as pálpebras com aborrecimento, enquanto o Jerónimo de Sousa perora sobre a situação dos trabalhadores da autoeuropa, suspiro. Que lindo homem. Uma estampa. Aprecio a sobranceria, a arrogância, aqueles modos que roçam quase a má educação. As mulheres gostam de homens assim. Um bocadinho maus. A virilidade não se mede só pelo número de pêlos no peito ou pela aptidão para ficar durante várias horas a falar sobre as maravilhosas pernas do Pablito Aimar. Mede-se muito pela capacidade de rosnar. Fico enjoada quando topo com um político muito delicado, muito educado, muito falso, muito dialogante, sem sangue nenhum na venta, sorrindo sempre, sorrindo a todos, tipo António José Seguro. Aprecio nos políticos as qualidades que aprecio nos homens. O PM sorri e a gente percebe que o faz com esforço. Algum assessor, antes do debate, lhe explicou que era importante sorrir. O PM pode ter muitos defeitos, mas é sempre, sempre, sempre genuíno. Porque mesmo quando é falso, isso acontece muitas vezes, aquilo é tudo tão de pechisbeque, de fancaria, que não engana ninguém. Acaba por ser genuíno.
De resto, para além da total incapacidade para disfarçar a petulância, não lhe aprecio mais nada.
De resto, para além da total incapacidade para disfarçar a petulância, não lhe aprecio mais nada.