Morreu um operário, pobre e preto, como lembrou ontem certo analista de política internacional. Enquanto morria, depois de dias de agonia, o corpo minguando, minguando, transformado num espectro, numa arma sem préstimo, em poeira, poalha, em nada, outro operário, de barbas, moderadamente rude, é o que convém aos operários modernos e respeitáveis, confraternizava com os seus algozes. Em silêncio. Que as palavras são bens escassos. Devem poupar-se. O mundo é dos cobardes.