Estavam quatro negros magníficos, de uma negritude muito intensa, quase azul, a jogar basquetebol no pavilhão do estádio universitário. Sentei-me a olhá-los. Jogavam sem empenho, utilizando apenas uma tabela, movimentando o peso do corpo com agilidade, mas sem eficácia. Volta e meia, soltavam gargalhadas ruidosas que vinham em cascata. Falavam numa língua que não consegui identificar, era uma língua corrida, de vogais muito abertas. Apenas uma vez um dos jogadores pareceu concentrar-se no jogo. Fez pontaria à tabela, a bola desenhou um arco perfeito e entrou no cesto. Nesse instante, não sei como o fiz, os meus olhos desaceleraram e consegui ver o negro azul em câmara lenta.