2011/04/12

Cicciolina

A escolha do Fernando Nobre para ser cabeça de lista do PSD pelo círculo eleitoral de Lisboa e, em caso de vitória do partido, indicado para o cargo de presidente da Assembleia da República não é má. É péssima. Voltamos ao mesmo. É uma opção determinada pela fome de ganhar meia dúzia de votos. Os estrategas do PSD pretendem com tão miserável opção captar o voto de certa esquerda arejada - essa que vive em apartamentos de tectos estucados, passa férias em hotéis de charme e lê, com certo despeito, os livros da Agustina. A última coisa que o PSD deve fazer é entrar nesta engrenagem, lançando nomes, mais ou menos mediáticos, para ir buscar um voto ali, outro acolá. Não tarda nada, metem nas listas um homossexual, não pelo seu mérito, mas porque querem chegar ao eleitorado gay. Metem uma qualquer actriz de olhos bonitos, não pelo conhecimento que tenha sobre os assuntos de estado, mas para chegar aos intelectuais diletantes que se passeiam pelos teatros e auditórios. Antes uma Cicciolina, de sorriso imbecil, uma fiada de flores frescas na cabeça, que vá passear as tetas para o parlamento. É um péssimo arranque. É para o seu eleitorado que o PSD se deve voltar e esse quer sinceridade, alguma decência. Ao PSD, se o souber fazer, compete assumir aquilo que é. Sem querer parecer-se com o PS. É altura de mostrar as diferenças e não as semelhanças.