Dispensaram a Laurinda Alves. Rejubilei. Acendi até duas velas a Nossa Senhora de Fátima. Substituíram, não sei se temporariamente, o Paulo Moura pelo Vitor Belanciano. Aquiesci. Hoje, topei com o Jorge Marmelo em vez do Desidério Murcho. Consolei-me. O primeiro, parece-me, é mais dado à vida mundana. A vida contemplativa que se lixe. Não compreendo a lógica das mudanças, mas, aproveitando a maré, peço a quem de direito que pondere substituir o Kalaf Ângelo, o negro do chapéu de coco, que escreve às quintas-feiras no P2. Era uma caridade que faziam a uma leitora fidelíssima. Os lugares comuns são em catadupa, as ideias previsíveis, banais, o deslumbre pela modernidade dos restaurantes japoneses e dos produtos biológicos constrangedor. A mim provoca-me arrepios, brotoeja, urticária, nascem-me aftas na língua, incham-me as mãos, enfurece-se o joanete do pé direito. O homem é chato. Terá, admito, habilidade para o kuduro, para alardear aos quatro ventos a beleza dos musseques e a fúria dos subúrbios, mas não tem a vocação da crónica escrita.
(Aviso já que deixo de comprar o Público se, neste corrupio de alterações, abrir o jornal à quarta-feira e lá não estiver o Paulo Varela Gomes. Exijo que a Índia continue a chegar-me, matinal, todas as quartas-feiras.)
(Aviso já que deixo de comprar o Público se, neste corrupio de alterações, abrir o jornal à quarta-feira e lá não estiver o Paulo Varela Gomes. Exijo que a Índia continue a chegar-me, matinal, todas as quartas-feiras.)