2012/01/05

Tariq Ramadan

Há algum tempo, vi-o ser entrevistado pelo Nuno Rogeiro. Fiquei impressionada mal lhe escutei as primeiras frases. Falava dos xiitas, dos sunitas, dos salafistas, dos talibans, dos coptas, falava do fundamentalismo islâmico, sei lá, já não sei bem do que falava, nem me interessa, sei que falava sobre um desses temas que despertam emoções e sobre os quais toda a gente tem opinião. Ele, porém, falava sem paixão, com assertividade, alguma bonomia. Olhei a televisão e pensei “Raio de homem tão giro! Por que não há em Lisboa homens assim?”. Apanhei a entrevista a meio e foi o cabo dos trabalhos para lhe descobrir o nome. Lembro-me de ver a entrevista e ter pena do Nuno Rogeiro, tentando, com as suas momices, os seus sorrisinhos, os seus constantes apartes, comungar do mesmo nível de conhecimento, capacidade de análise política e, sobretudo, de sedução.

(Veio cá conferenciar à Gulbenkian o Tariq Ramadan e eu não pude ir ouvi-lo. Triste e sacrificada, a vida de uma mulher só.)