2008/02/18

Chuva

1) Esta noite, enquanto lá fora ribombavam trovões e o céu se desfazia em pingos grossos de chuva, sonhei com o Francisco José Viegas. Tinha carapinha de caracol solto, o que o favorecia, mas não sabia fazer filhós. Punha-lhes demasiada farinha, era avaro na aguardente e, decididamente, não sabia sovar uma massa. 2) Anda um carro de bombeiros na minha rotunda. A mulher do quarto andar do prédio em frente ligou outra vez o gás. Há um bombeiro empoleirado numa escada gigante. Os transeuntes formam pequenos grupos. Hoje, porém, é um péssimo dia para se suicidar. O aparato é menor. Da última vez, vieram três carros de bombeiros, dois da polícia e vários do instituto nacional de emergência médica. 3) Espero que a chuva tenha arrastado o serial killer de Sacavém. Dizem que as águas se amotinaram por lá, galgaram ruas e passeios, esbulharam estabelecimentos comerciais e casas, deixando um mar de lama por todo o lado.