2008/02/11

Obamamania

O meu pai é indiano, a minha mãe é portuguesa, o meu irmão é negro. Eu sou tricolor, branca, castanha, negra, porque herdei também o breu do meu irmão. As questões da raça e da discriminação sempre as senti na pele como minhas. Vem este intróito a propósito do crescente e histérico frenesim que se tem gerado à volta da candidatura do Barak Obama. Dizem os seus apoiantes que ele é uma lufada de ar fresco, que herdou os dotes de oratória do Luther King, que é capaz de galvanizar as multidões, que recolhe o apoio do clã Kennedy, que é negro e, por ser negro, a sua eleição poderá significar um sinal de mudança e tolerância no mundo. Tamanho disparate dá-me cabo dos nervos. Não gosto de dinastias, desconfio sempre da eloquência dos discursos e acho que escolher um presidente por ser negro é pior do que rejeitá-lo pela sua cor.