2007/08/01

Bruxa

Quero morrer em sossego, velha, velha, velha, encolhida como quando nasci, sem ninguém a chocalhar-me os ossos. Ouvir, por fim, o silêncio. Ai de quem se atrever a mexer-me no corpo! Ai de quem se atrever a quebrar a paz com lágrimas e gemidos! Virei, feita espectro de luz, uma bruxa hedionda, de cabelo desgrenhado e unhas compridas. Esbofetearei as noites de quem me chorar.