2007/08/03

Theo (4)

Há pouca gente a preocupar-se com isto. Há pouca gente a denunciar isto. Quase ninguém. As pessoas metem-se nos seus casulos, olham para as suas causas, desviam o olhar. Theo van Gogh, sendo homem, não olhou para o lado, não ignorou a realidade destas mulheres. Denunciou. E por isso morreu. Ainda que isso pouco ou nada signifique, merece o meu maior respeito, a minha maior admiração. Por esta razão, hoje, mais do que a possibilidade de um texano pouco hábil, quase burro, ser reeleito para a presidência dos EUA, inquieta-me que um homem, numa qualquer rua de Amsterdão, quando circulava de bicicleta, a caminho do estúdio onde trabalhava, tenha sido assassinado por ser livre e por reclamar, para os outros, exactamente a mesma liberdade.
(A propósito do Charrua e da liberdade de expressão lembrei-me deste texto que escrevi, em 2004, num outro blogue. A liberdade exige coragem e nós somos, quase sempre, cobardes.)