Ele: Mãe, posso ler o teu caderno dos sonhos?
Eu: Não.
Ele: Porquê?
Eu: Está cheio de pesadelos.
(Uma velha pequenina, curva, de cabelo muito curto, pêlos pretos no nariz, passeia por uma cidade que, em tudo, faz lembrar Brasília. Uma arquitectura depurada, branca, luminosa, de formas redondas e escadarias intermináveis. Não se vê ninguém. Só a velha se movimenta com lentidão, apoiada numa bengala. Veste uma saia cor-de-vinho. Sobe uma escadaria de pedra e o seu corpo afunda-se devagar nos degraus. Há muito tempo que não tinha um sonho como o desta noite, que me assustasse tanto.)
Eu: Não.
Ele: Porquê?
Eu: Está cheio de pesadelos.
(Uma velha pequenina, curva, de cabelo muito curto, pêlos pretos no nariz, passeia por uma cidade que, em tudo, faz lembrar Brasília. Uma arquitectura depurada, branca, luminosa, de formas redondas e escadarias intermináveis. Não se vê ninguém. Só a velha se movimenta com lentidão, apoiada numa bengala. Veste uma saia cor-de-vinho. Sobe uma escadaria de pedra e o seu corpo afunda-se devagar nos degraus. Há muito tempo que não tinha um sonho como o desta noite, que me assustasse tanto.)