2007/11/05

Esquerda

“Depois, percebi uma coisa terrível: que as pessoas que são vítimas de movimentos extremistas e de regimes ditatoriais cujos actos não podem ser atribuídos à responsabilidade dos americanos passam a ter muito pouco apoio. Por exemplo, as feministas iranianas, os palestinianos secularistas, os sindicalistas chineses. É só quando o sofrimento das pessoas pode ser atribuída à América, ou ao Ocidente em geral, só nessas condições é que merece solidariedade.”

“As mulheres muçulmanas que vivem na Europa, por exemplo, deviam poder contar com o apoio da esquerda para se poder emancipar. Mas, por causa do dogmatismo sobre o multiculturalismo, não podem. É a esquerda que hoje lhes diz: isso é a vossa cultura. E qualquer pessoa que se lembre de criticar essa cultura em termos mais duros é logo acusada de ser islamofóbico e racista.”
Nick Cohen, em entrevista ao Público.

Aproprio-me das palavras deste tal Nick Cohen. A esquerda, tal como a conhecemos, está moribunda. Entre os detestáveis (Bernardino Soares), os desprezíveis (Bernardino Soares) e os apedrejáveis (Bernardino Soares), ficam os patéticos (os bloquistas, apreciadores do multiculturalismo, do paternalismo, da merdologia em geral; os comunistas que vêem o 25 de Abril como coisa só sua; os socialistas que, a todo o custo, evitam tocar o povo nos hospitais públicos, nos transportes públicos, nas escolas públicas, nas repartições públicas, nas praias públicas). Há excepções. Mas são poucas. Assim, de repente, não me lembro de nenhuma.