Cássia. Sempre tive um certo orgulho neste meu nome. Por o associar à Santa Rita de Cássia e também àquela actriz brasileira muito gira, a Cássia Kiss. Sucede que esta semana comprei um chá, cuja composição é cem por cento folhas de cassia angustifolia. Rejubilei. Um chá com o meu nome (cássia) e com o meu desequilibrado estado espírito (angustia + folia = angustifolia). Achei-me merecedora de tal homenagem. Estive vai não vai para bater palminhas no corredor das infusões e dos outros produtos dietéticos igualmente desinteressantes. Chegada a casa quis saber que propriedades teria aquele chá, já que o pacotinho, de forma lacónica, apenas dizia que consistia num bom complemento a uma alimentação saudável e à prática regular de desporto. Imaginei, juro que imaginei, a cassia angustifolia com propriedades maravilhosas, rejuvenescedoras do espírito e do corpo. Uma espécie de elixir da juventude. Qualquer coisa entre o ginseng e a cannabis. Qual quê. Bastou uma busca pelo google para descobrir que cassia angustifolia é nome de um pequenino arbusto da Índia, cujas folhas - imagine-se ! -, são, desde a antiguidade, utilizadas para preparar infusões para quem sofre de constipação intestinal ou cujo bolo fecal se encontra há vários dias empedernido. Ou seja, para falar claro, a tal cassia angustifolia apenas tem poderes laxativos. Descobrir-se, aos trinta e muitos, que se tem nome, não de santa, mas sim de purgante é coisa odiosa.