2006/11/10

Parole

Ando com vontade de me calar. De vez. Cada vez que me leio dou conta da imbecilidade, da fragilidade do que aqui escrevo. Escrevo como se me flagelasse. Armo-me noutra que não eu. Quero impor-me um estilo virulento, desbragado, agressivo. E, no entanto, quase sempre, as minhas palavras não passam de palavras trôpegas, tantas vezes pretensiosas e risíveis. Detesto-as. Detesto-as verdadeiramente. Às vezes, como esta noite, sonho com palavras. Palavrazs escritas. Essas sim. São perfeitas. Por uma razão simples. Não existem.