A Rita Ferro Rodrigues, na sua coluna do Expresso, falou deste meu blog há umas semanas atrás. Achei despropositada a comparação com o meu pipi e exagerada a alusão à minha frigidez angustiante. A minha frigidez não é angustiante, é apenas inconveniente, assim como uma visita que não se espera e se alonga em conversas aborrecidas. Porém, confesso, gostei de ler o que escreveu sobre as minhas as miudezas. No fundo, bem lá no fundo, foram os meus quinze minutos de glória. Quando soube corri a telefonar à mana. Mais ninguém. Hoje, no quiosque da D. Bia, ao comprar o jornal, percebi que a Rita é a capa da Caras desta semana. Ao que parece está feliz ao lado do seu novo namorado. Se fosse antes do elogio eu tê-la-ia insultado mentalmente. É óbvio. É que lhe tenho embirração antiga, o que não é muito grave porque eu desdenho quase toda a gente. Apraz-me vê-la, contrariada, apresentar o programa da manhã, ao lado da Fátima Lopes e do careca que tem um defeito na fala. Fico deliciada quando a vejo falar com o Cláudio Ramos e a Maya, ambos cagalhões antropomórficos (em rigor, não chegam a ser cagalhões porque até os cagalhões têm alguma dignidade), sobre os outros cagalhões que se passeiam nos folhetins cor-de-rosa. Acontece que a minha fonte de insultos, sempre torrencial e inesgotável, para meu próprio espanto, secou naquele preciso momento. Não a consegui insultar. Olhei para a tal revista e achei a Rita bonita e radiosa. Culpei os malandros dos fotógrafos que não a deixam em paz. Estive quase tentada a comprar a Caras para me compadecer com os seus desgostos de amor. Enfim… A verdade é que uma pessoa vende, corpo e alma, por meia dúzia de palavras agradáveis. É uma desgraça.