2007/02/15

Bíblia (2)

No intervalo dos outros livros ando a ler a Bíblia. Não gosto de fixar o calendário que aqui tenho, mesmo à minha frente, observar o quadro do mês de Luglio, pintado por um dos pintores que mais gosto, ler-lhe o título, Riposo nella fuga in Egitto, e não saber quem fugiu do Egipto. Abraão? Moisés? É embaraçoso hesitar entre um e outro. Eu bem me tento desculpar, atirar as culpas para cima dos meus pais que, negligentes, nunca me levaram à catequese. Mas não vale a pena. Incomoda-me não conhecer o básico da sagrada escritura. Não conhecer Deus e os seus homens. Comecei, então, pelo início, que é por onde se deve sempre começar. A Bíblia é um livro que conta uma história. Conta-a sabiamente, de uma forma directa, simples. Sem artifícios ou berloques. Logo no início do Génesis descobri a longevidade dos primeiros homens. Desde Caim, Abel e Set (não sabia que Adão tinha tido um terceiro filho) a Abraão, todos vivevam entre trezentos a oitocentos anos. Não fazia ideia. Fiquei pasmada e maravilhada. A ideia de viver tanto tempo assusta-me. É muito tempo. Demasiado para se viver com o entorpecimento do corpo. Eu não gostava. Mas isso sou eu que não tenho um pingo de fé. Apesar de, volta e meia, a procurar não sei muito bem onde ou porquê.