2007/02/06

Pinguelinho (2)

Fui almoçar com o pinguelinho. Eu a comer a lasagna de atum e o pinguelinho por ali, incógnito, desconhecido. Eu a beber o café ao balcão, e a maldita palavra a pairar em cima da minha cabeça, tomando a forma de um enorme ponte de interrogação. Cheguei ao gabinete com a cabeça a andar à roda. Logo hoje que me esqueci de tomar o xanax. Procurei em vão no dicionário. Como era esperado, nada, nadinha. A palavra pinguelinho faz lembrar uma outra que já caiu em desuso e que encontro amiúde nos romances do século dezanove: pingalim. Terá o pinguelinho origem no pingalim? Não. O pingalim, em vez de açoitar as bestas, pode, é certo, ser utilizado como acessório sado-masoquista. Desconfio, porém, que pinguelinho há-de ter mais a ver com outra palavra: pingue.