2007/02/14

Fel

Enquanto esperava pelo Horatio Caine, vi o eixo do mal sobre o pior português de sempre. Coisa insonsa. O painel de comentadores estava tristonho. Dir-se-ia que estavam todos a fazer um grande frete. Estava lá uma espanhuela, com cara de Maribel, que esteve sempre caladinha, mas que, no final, a propósito de coisa nenhuma, aconselhou os portugueses a ter mais ganas, mais garra. Olé. Estava lá também uma rapariga chamada Inês Menezes, uma donzela pálida, grande observadora de costumes, que tentava ter piada, falando da floribela, da floribela e da floribela. Com excepção do Pedro Mexia, não conheci nenhum dos homens que lá estavam. Mas devem ser pessoas importantes. Fiquei com uma dúvida. É impressão minha ou a Clara Ferreira Alves tem, ou quer mostrar ter, um fraquinho pelo Pedro Mexia? Cada vez que o dito diz qualquer coisa ela ri descontroladamente. Ora, é preciso usar com parcimónia o riso. Eu, sem querer ser má-língua, está-me cá a parecer que a Clara está a acautelar o seu futuro literário. Quando finalmente lançar o seu aguardado romance, o tal que tem a ver com Casablanca e está para sair há meia dúzia de anos, o Pedro Mexia, lembrando-se das suas efusivas gargalhadas, da sua inteligência acutilante, da sua superioridade intelectual, da sua arrogância pós-moderna, não terá alternativa a não ser fazer-lhe uma boa crítica.