A mana contou-me que a nossa prima Cornélia (ela não se chama Cornélia, mas tem, também, nome de matrona romana), juíza, brilhante aluna do centro de estudos judiciários, comunista, adepta da neve, de sapatos timberland e casacos burburry, leitora assídua, única e exclusivamente, do camarada José Saramago, aquando do seu principesco matrimónio, adoptou, não um, mas dois nomes do seu insignificante esposo, um batráquio mudo, nem um coaxo se lhe ouve, muito franzino, que se senta na beirinha das cadeiras e rói as unhas. Fiquei boquiaberta. Aqui está uma prova de como, para além da Bárbara Guimarães, há outras mulheres imbecis no mundo. São mulheres que, em razão da sua estupidez, deviam ser homens e não mulheres. A imbecilidade nasce-lhes nas vísceras, trepa-lhes corpo acima, instalando-se depois nos miolos. Nunca na vida adoptaria o apelido de outra pessoa. Muito menos de um homem. Nem mesmo que me fosse oferecido o apelido Buarque de Hollanda.
(às mulheres que conheço que adoptaram o nome dos cônjuges: minhas senhoras, não tomeis esta opinião como grave insulto. Não é. É apenas um insultozinho, uma coisinha de nada.)
(às mulheres que conheço que adoptaram o nome dos cônjuges: minhas senhoras, não tomeis esta opinião como grave insulto. Não é. É apenas um insultozinho, uma coisinha de nada.)