2012/08/02

Billie Jean (2)



(Mas antes deixo o original, melhor. Esta canção liga que é uma maravilha com S. Bartolomeu da Serra, o cheiro a porcos no crepúsculo, o moinho que foi do tio Manuel visto do quintal, os pessegueiros enxertados que davam frutos grená e que já só existem na minha memória,  as sopas de tomate feitas pela prima Filomena que custou a engravidar, tanto que chorou por não cumprir o seu destino de fêmea, o mar frio e revolto de São Torpes, os meus mortos e os meus vivos, que se fodam os que não são meus, só tenho amor aos meus, o café da associação de moradores onde uma brasileira de sobrolhos impecavelmente arranjados, a Denise, tira cafés amargos e suscita a lascívia dos homens que sossegam o cansaço do trabalho do campo, a minha filha namoricando o Artur, miúdo loiraço, com muito pêlo nas ventas, o mais pequeno correndo atrás dos gatos, o mais velho encostado ao meu corpo, amparo da minha solidão. )