2007/07/18

Ensaio sobre a parolice (2)

Depois, por muito que me custe, tenho que admitir que, por enquanto, as mulheres são mais parolas do que os homens. São. Não vale a pena negar. Está-lhes, está-nos, no sangue. No entanto, o número de espécimes masculinos parolos tem vindo a aumentar a um ritmo estonteante, fulgurante, preocupante. Cada vez há mais parolos. Daqueles que aparecem nas revistas cor-de-rosa, tipo Nuno Eiró, que participam nos concursos da TVI e da SIC, daqueles que se preocupam, obstinadamente, com a imagem, que usam gel na cabecinha oca, que abusam dos perfumes, que vão ao solário, que vão aos cabeleireiros da moda para ficarem com um ar despenteado, informal. Fazem cristas. Usam óculos escuros enormes. Parecem umas moscas varejeiras. Porém, apesar deste avanço, em matéria de parolice, as mulheres continuam a ganhar aos pontos. Adiante. Grosso modo, há duas categorias de parolas. A parola genuína e a parola encoberta. A parola genuína é o que é. A parola encoberta é aquela que, sendo parola, vive na ilusão de que o não é. Acha-se até uma mulher moderna, com um quê de sofisticação. Escusado será dizer que prefiro, de longe, a parola genuína à parola encoberta. Eu explico porquê.