2007/07/03

Pantagruel

Não gosto de dar sugestões de leituras. Muito menos de partilhar livros. Ao contrário dos que alardeiam, com gritos de indignação, não me queixo de que se lê pouco e mal em Portugal. Na verdade, estou-me nas tintas para o que os outros gostam de ler. Mas detestaria que os meus livros, os que leio e me passam a habitar, resvalassem para as mãos de toda a gente. Tornar-se-iam banais. Deixariam de ser objectos únicos que se amam com as mãos. Tenho um amor táctil pelos livros. Mas, pronto, para demonstrar boa vontade, faço uma sugestão: Pantagruel, de Rabelais. É divertido, desbragado, mordaz, inventivo, muito fácil de ler, apesar de escrito há quinhentos anos. Há uma edição muito bonita da Frenesi com ilustrações do Gustave Doré.
(Obviamente, interrompo a cadeia. Era o que mais faltava dar confiança a esta gente.)