Não é pela falência do sistema de ensino público que a classe média, média alta, mete os filhos nos colégios privados. É por preguiça e por estatuto. Há quem faça do cu três bico para por os filhos no São João de Brito, no Moderno, no Sagrado Coração, no Manuel Bernardes e afins. E há quem sossegue com a exigência e o acompanhamento dos colégios. Assim, ao final da tarde, enquanto os filhos estudam, as mães podem ir descansadas às aulas de pilates e os pais podem fornicar docemente com os colegas e as colegas do escritório. Ter um filho numa escola pública, para além de não conferir estatuto, dá trabalho, exige coerência e disponibilidade. A maior parte dos pais e das mães não está para isso.
(qual Pedro Nunes, qual Luísa de Gusmão, a minha escola, a Herculano de Carvalho, nos arrabaldes da cidade, ao lado de uma praça onde havia uma igreja, um mictório público que cheirava a mijo rançoso e um coreto antigo, tão lindo, que assistiu aos meus primeiros tremores alcoólicos, ficou na 37ª posição da lista.)
(qual Pedro Nunes, qual Luísa de Gusmão, a minha escola, a Herculano de Carvalho, nos arrabaldes da cidade, ao lado de uma praça onde havia uma igreja, um mictório público que cheirava a mijo rançoso e um coreto antigo, tão lindo, que assistiu aos meus primeiros tremores alcoólicos, ficou na 37ª posição da lista.)