2007/02/16

Nazaré

Sonhei com o mar da Nazaré. Da praia, numa casa com paredes cobertas de retratos da minha mãe quando jovem, espreito o mar. É um mar de morte. As algas e os peixes que o habitam são melancólicos e silenciosos. Estou à janela e sei que o mar engoliu o meu pai, a minha irmã e os meus filhos. Isso não me entristece. Tenho uma couraça invisível que me protege do sofrimento. No areal o meu irmão esbraceja, aflito, como se o mundo tivesse acabado. (O sonho desta noite é um plágio descarado de um conto do Mishima que lá há pouco. Morte no Verão, é como se chama.)