2015/12/02

Entropia

Ia pela 5 de Outubro, a cabeça no  poema que ontem li, quando me cruzei com o nazi gago, a beata careca e o gato das botas. Não vinham juntos, não, isso não. Encontrei um, depois outro, outro mais adiante. Continuam na mesma: o tempo não corrompeu as suas particularidades invisíveis. Quando os conheci, há muitos anos, se a lua se mostrava redonda e amarela, vinham à janela e uivavam juntos ao luar. Era bonito de se ver. A coincidência de encontrar o nazi das botas, a beata gaga e o gato careca na mesma rua, enquanto pensava em entropias poéticas e outras frivolidades, não me surpreendeu. A poesia, ensinou-me o meu amigo Ricardo Álvaro, não é um laço, é uma gravata colombiana.