Estou fascinada com a primeira-dama dos Camarões. Chama-se Chantal Biya e põe a rainha Raina, tão sensaborona na sua beleza autêntica e delicada, a um canto. A primeira-dama camaronesa é um estoiro de mulher, um petardo rebentado no céu, a feira popular no mês de Agosto, uma autêntica pérola do espalhafato e exagero. O santo padre, que é um homem conservador e circunspecto, como convém aos homens de fé, há-de baixar os olhos quando a topa. Quer fugir do africano mamalhame saltando dos decotes em v, das quadrangulares garras pintadas de rosa choque, do exagero constrangedor dos seus chapéus e vestidos de cores vibrantes, do cabelo volumoso, ripado, pintado de laranja escuro, da palidez mórbida provocada pela aplicação diária dos melhores cremes branqueadores. Anda, pobre coitado, a apregoar o recato e a abstinência sexual, valores com os quais concordo e que, pior, pratico, e dá de caras, assim, logo no início da sua, com essa imagem de deboche, pecado e luxúria. Tenho pena do santo padre. Dizem, os crentes, que Deus escreve direito por linhas tortas.