2007/04/12

Baratas

Sonhei com baratas num apartamento. A sujidade cor de ferrugem acumulava-se pelos cantos. As paredes do apartamento estavam cobertas de papel amarelecido onde rosas cor de chá choravam as memórias de dias antigos. As janelas tinham portadas de madeira nacarada. Lá fora, gruas e contentores de várias cores acenavam com destinos longínquos e promessas de felicidade. Quis assomar-me à janela. Para respirar fundo e fugir da caliça suja daquela casa. Porém, no parapeito, nos caixilhos amarelos, várias baratas comiam por mim a bruma leitosa que pairava sobre o porto.