2007/04/17

Eduardo

Ainda agora o Eduardo Prado Coelho voltou às páginas do Público e já eu ando agoniada com o que escreve. Hoje fala da RTP. Insurge-se contra o matinal Praça da Alegria e também contra as entrevistas da Judite de Sousa ao Valentim Loureiro e ao Tony Carreira. Para o Eduardo Prado Coelho a televisão pública havia de nos massacrar apenas com as entrevistas da Ana Sousa Dias ou com documentários sobre o cinema realista italiano. O que ele queria era que a televisão fosse a grande educadora do povo. Era o que mais faltava! Eu, por mim, não deixo que televisão alguma me eduque! Vi a entrevista ao Valentim Loureiro e, para além do evidente interesse jornalístico, foi dos momentos mais divertidos em televisão dos últimos tempos. Já a Praça da Alegria tem como colaborador residente aquele padre que canta a canção do senhor da Galileia. Ele canta e, com o público, participa nas coreografias da palhacinha Picolé, dando graças a deus por estar ali pertinho dos decotes da sonia qualquer coisa. Eu gosto de ver. Quanto à entrevista do Tony Carreira só não a vi porque naturalmente não a apanhei. Não gosto do que o Tony canta, mas encanto-me com o frenesim à sua volta. O Tony Carreira com as suas virolas de cetim, o seu capachinho, a sua trupe de fãs, quase todas mulheres entre os 35 e os 50 anos, o seu filho Micael, é uma personagem incontornável na cultura popular portuguesa. Só um palerma como o Eduardo Prado Coelho, um intelectual que abomina a cultura popular e o povo, não percebe isso.