2007/09/19

Kouchner

Andam, numa roda-viva, a tentar ler na entrevista de Kouchner, MNE da França, aquilo que o homem não disse. Ele não apelou à guerra contra o Irão, nem defendeu uma atitude belicista, de assumida agressividade unilateral, inspirada na política americana. Limitou-se a alertar para o perigo concreto que representa o Irão (só os tontos, muito tontos, desvalorizam esse facto) e num plano abstracto, a colocar a hipótese da guerra. A guerra ou a intervenção militar, como alguns preferem chamar-lhe, é uma hipótese que deve ser equacionada como qualquer outra. Mas, enfim, a esquerda estava à espreita. Era necessário, quanto antes, crucificar Kouchner, esse malandro traidor que cedeu aos encantos da direita populista (é como a esquerda, a chique e a moribunda, chama ao governo francês).