2007/09/10

Notas com bolor

1) No Expresso desta semana, a Clara Ferreira Alves, para além de dissertar sobre umas camisolas (?) feitas com a lã de umas cabrinhas que estão em vias de extinção, fala sobre o Rajastão. Remata com um daqueles lugares comuns que tanto aprecia: são poucos os sítios capazes de nos mudar e o Rajastão é um deles. Eu digo: bem aventurados os desgraçados que vivem na Brandoa e apanham o 49 para o Cacém. Bem aventurados os que só foram até Ayamonte comprar caramelos e galhetas espanhuelas. Bem aventurados os que sonham com uma viagem até Pipa, Porto-Galinhas, Cancun ou Varadero. Deles é o reino dos céus. Amem. 2) Consta que o governo português não receberá oficialmente o Dalai Lama, prémio Nobel da Paz. Em contrapartida, receberá, aquando da Cimeira EU-Africa o presidente do Zimbabué, o grande herói da luta anti-colonialista, o algoz que nos últimos anos se tem empenhado, perante a indiferença de quase todos, a destruir um país e um povo. Se eu fosse o Luis Amado fazia como a avestruz. Enfiava a cabeça na areia. Nunca mais de lá a tirava. 3) A Suiça andou entretida, antes do Verão, a discutir uma proposta que possibilitava o voto das crianças. Indignou-se meio mundo. Que as criancinhas não podem votar. Falta-lhes maturidade e discernimento. Não percebo por que não há-de votar o meu filho de nove anos e a sua trupe de ruidosos amigos se gente como o Cinha Jardim, o Cláudio Ramos e outros que tais o podem fazer.