2007/09/19

Sócrates

Continuo a encontrar ratazanas do rio quando a noite cai. São sempre três e estão sempre no mesmo local. Já me lembrei que, se calhar, são sempre as mesmas ratazanas que, num gesto de cortesia, me querem cumprimentar. Se tivesse coragem aproximava-me das terríveis bichas e dizia-lhes assim “Em vez de me atazanarem os treinos ide para a zona ocidental da cidade. Lá atentai num homem de plástico, que parece quase humano, de boa figura, que corre sempre com dois seguranças. Quando o virdes, mordei-lhe as canelas com fúria, tasquinhai-lhe as carnes macias, que é para ver se perde aquele sorriso de tolo e deixa de fazer corridinhas para aparecer nos jornais.”